No último domingo, 9 de novembro, a colunista Mônica Bergamo publicou uma reportagem bastante interessante na Folha de São Paulo. Segundo ela, muitos são os brasileiros descontentes com a política do País, após as eleições, e que seguem rumo à Flórida em busca de uma espécie de Brasil desenvolvido.
O clima tropical de cidades como Orlando e Miami acaba atraindo os brasileiros que desejam respirar um novo ar, experimentando a vida em uma nova cidade, porém sem perder aquela latinidade que se tem costume. Esse é o caso da carioca Patrícia Brandão, citada na reportagem da Folha. “Lá você tem praias quentes, polução 70% latina e um jeito de viver festivo como o nosso, só que com regras e serviços americanos”, acredita a consultora.
De acordo com a reportagem, Patrícia investiu recentemente em um imóvel em Miami para passar as férias em família, mas já quer transformá-lo em residência quase fixa nos próximos anos. A ideia é ficar mais na Flórida do que no Brasil a partir do ano que vem, já que sua filha se prepara para iniciar os estudos em uma universidade americana.
A designer Malu Guerra, seu marido José Arnaldo Navarro, e os filhos Caio e Isadora também fazer parte dessa leva de brasileiros de classe média alta que são citados na matéria e se despedem do país natal para começar a vida nos Estados Unidos. O casal acaba de trocar o luxuoso apartamento nos jardins por uma casa em Weston, subúrbio de Miami, em busca de mais tranquilidade e segurança para criar seus filhos.
“Comprei uma casa que é o sonho americano”, disse Malu que matriculou os filhos em uma escola pública a menos de 1 quilômetro de seu condomínio, onde casas espaçosas e rodeadas de área verde custam a partir de US$ 350 mil. “Eles vão poder ir a pé ou de bike. Em São Paulo, moro em frente ao clube pinheiros e eles nunca atravessaram sozinhos a rua pra ir pra lá”, contou.
Malu e José estão entre os brasileiros que decidiram financiar imóveis na Flórida e investir em um negócio local. De acordo a reportagem, com 60% do imóvel financiado em 30 anos, os dois vão pagar US$ 3.800 por mês, quase o valor da escola particular (R$ 7 mil) dos filhos e do condomínio (R$ 3.400) onde moravam na cidade de São Paulo.
Segundo Ricardo Molida, diretor da Talent Realtors, realmente a economia que se faz quando coloca-se na ponta do lápis as diferenças entre cidades como Orlando e Miami, comparadas a São Paulo, é absurda. “As escolas públicas aqui são de qualidade elevadíssima, inclusive, dependendo da região, acabam sendo responsáveis por valorizar ainda mais os imóveis, sem contar com a economia que se faz evitando esses tipos de gastos durante anos”, explica.
“Acredito que os brasileiros escolham cidades da Flórida para morar por proporcionarem uma atmosfera muito parecida com o que encontramos no Brasil, com a diferença de ser um local super seguro, desenvolvido e que dispõe de toda infraestrutura necessária para se viver bem”, acredita Ricardo Molina, que há anos também trocou o caos de São Paulo pela tranquilidade de Orlando e acabou estabelecendo seus negócios por lá.