Recentemente, a Folha de São Paulo divulgou um infográfico com o mapa-múndi dos juros internacionais e a evolução da taxa Selic no Brasil. Os números são de cair o queixo. Enquanto o Brasil ocupa a posição de número 20, com 11% ao ano, os Estados Unidos ficam em sétimo lugar, com apenas 0,25%.
O nível da taxa de juros tem forte influência na demanda de bens duráveis e de consumo de um país. Portanto, na medida em que há influência na liquidez dos meios de pagamento, o controle dos juros gera efeitos diretos na compra imóveis, por exemplo.
O desempenho do mercado imobiliário é influenciado por diversos fatores macroeconômicos, além do nível das taxas de juros, como a inflação, o crescimento do PIB e da renda per capita, a maior disponibilidade de crédito imobiliário, a segurança na economia atual e o crescimento da população local.
Em 2008, os Estados Unidos enfrentou uma das mais graves crises financeiras das últimas décadas. Nem as instituições mais sólidas foram poupadas desse impacto, porém muitas só permanecem hoje em atividade graças a um esforço governamental em alimentar o mercado com uma grande oferta de crédito, segurando as taxas de juros.
No Brasil, para se ter uma ideia, além dos 11% do Selic, as entidades não-financeiras ficam autorizadas a aplicar juros capitalizados e superiores a 12% ao ano. Com taxas mais altas, os financiamentos exigem rendas cada vez maiores para imóveis que custam o mesmo preço de antes, porém, com um valor final muito maior.
Nem precisa dizer que comprar imóvel na Flórida é muito mais acessível e seguro do que investir no mercado imobiliário brasileiro, não é mesmo?